sábado

oasis

A gente cresçe, mas só de tamanho, sempre dentro de nós tem alguma criança, que se perdeu no caminho, da mãe e do pai. Ai a gente para e chora, chora muito, até soluçar e cansar, fica com os olhos vermelhos e acaba adormecendo,quando acordamos estamos lá, em casa, com nossos pais no nosso lugar. Eu ganhei as coisas na hora errada, do lado errado, ai eu me agarrava, e me derrubavam, cedo ou tarde, isso éra certo. Ai a gente cria medo, e por mais velhos que ficamos, tem uma criança, com medo, que se perde dos pais, e fica para trás, e sabe que eles nao estão lá quando acordar. Tem de aprender a lidar com as coisas sozinho, aprender a ser gente grande, enfrentar tudo, mas sempre com esse segredo. Não é fácil chegar e contar, dizer que aquela figura que tu criou, de pessoa forte, que encara tudo, no fundo é alguém que tem medo, pelo fato de nao ter recebido e aproveitado as coisas, de não ter abraçado e segurado forte a mão de quem precisava.E o arrependimento sempre vem bater, quando a gente coloca a cabeça no travesseiro pra dormir, a gente chora, lá em silencio, sem poder fazer nada, dói, como dói. É pior ainda pensar que pra qualquer lado que correr, vai ter que perder, perder alguma coisa, sempre tendo que lidar com isso, em se resolver, em aprender a encontrar o caminho de casa sozinho depois de se perder, e mesmo assim chegar tarde e nao encontrar os pais na sala. Chegar tarde pra poder dizer, obrigado por não me soltar,e desculpa por querer sair desbravar um mundo que tu sempre quis me proteger. Eu só não quero que o tempo acabe, que tudo que me trouxe até aqui me derrube, e me deixe perdido, dessa vez, sem ninguém pra me acolher, sem ninguém pra me levar pra casa.

quinta-feira

Guantánamo

Todos os pianos que a gente carrega até o penhasco. Todas as músicas que a gente aprende a tocar no caminho, não pode tudo cair lá de cima, não dá pra segurar um piano inteiro,pesado,e lindo, sozinho. É alto, alto de mais pra pedir ajuda, o dia certo, todas as horas sem parar, encontrar o lugar errado pra fazer tudo errado. Quantas perguntas se faz, quantas respostas se ganha. Um dia inteiro, não muda nada ao lado de um ano inteiro, as vezes cansa, cansa cair todo dia do alto sem carregar nada, cansa caminhar, cansa tudo,até o espelho se quebrar e todo o teu tempo passar. Mas no outro dia, a gente quer levantar, e ver o mesmo caminho, com o mesmo piano, e cair do mesmo penhasco,paradóxos que se cruzam longe de mais das capitais. Longe de mais dos pianos e bares que eu costumo ver.

sábado

Velho mundo novo

Ligue os cabos, ligue a luz verde. Não lembro das canções, não lembro por pura distração, quem disse que não, qual éra a vontade, a vontade de sair. Ir embora, adeus. Quem cabe no mundo inteiro,além de todo mundo no meio de nós dois? Por falta de opções, qual a droga que salva, qual a hora de dizer adeus. Stand-by em queda. Por uma vez poderia fazer o que eu te pedi,uma idéia certa na hora errada. Voltar ao normal, só fechar, desligar a as luzes, apagar os rabiscos, esquecer as vozes,deixa a onde te levar.Não tenho idade pra tudo isso, muito obrigado.

"Eternidades da semana."

Esquina entre a ilusão e o coração. O relógio deu mais duzentas voltas, mais duzentas horas, dois zero zero, tarde de mais pra perceber. Silêncio no asfalto, quente quente, quente de mais pra perceber. Eu não quero saber aonde vou parar, não quero viver pra poder parar, sair por ai, sair por ali sem se prender sem se desprender. Não adianta mesmo ser livre, a página virada vai sempre ficar marcada, dobrada, pra um dia voltar a ler e ver a mesma história mil vezes, por mais mil até chegar a duzentas mil vezes, duzentas mil voltas no relógio. Do lado de lá, haha, obrigado só esqueci de avisar que eu vou dizer adeus. Tenho duzentas páginas pra escrever.

quarta-feira

Mãe

Dia dez, teu aniversário, só tenho a te agradecer, desde sempre e pra sempre, tu que sempre foi tudo pra mim, que sempre fez tudo por mim, não sei contar a vontade e a saudade que eu sinto de um abraço teu, de ouvir tua voz e olhar nos teus olhos, sentir tu perto de mim. Sabe as vezes a gente faz escolhas na vida, desde pequeno, até quando achamos que sabemos o que é ter responsabilidade, tanta gente que se acha adulta de mais pra contar os próprios passos. Mas é ruim quando se caminha na areia e o vento apaga as tuas contas. Um sorriso teu bastaria, agora, toda hora que me da um aperto, todo dia que me da um vazio, tudo não é o suficiente quando eu preciso de ti. Não sei, mas eu odeio essa distância, e odeio não poder te ver todo dia, odeio pelas vezes que briguei contigo, me odeio por ter feito tu chorar, por ter dito muita coisa que não precisava, eu te amo, eu te amo muito, e eu não sei o que seria de mim sem você. Eu já disse, eu poderia ter tudo, mas sem tu eu não ia ter nada. Eu te amo e vou te amar pra sempre, feliz aniversário, me desculpa(e eu já sinto orgulho).

segunda-feira

dois segundos

Olhando a estrada em um copo, copo com menos da metade quase vazio, oitavo anonimato, sétimo distrito pessoas e mais pessoas grande volume de massa, calor e frio. Época dos grandes feitos, feitos apropriados pra grandes épocas,mas a estrada sempre chega ao fim um dia, alguma vez tem de ser concertada, um tapa de mãos abertas, um carinho com luva de boxing, tão distintos tão companheiros; Estamos no melhor da festa, dançando na ponta de facas, quebrando o copo com os dentes, machucando os espinhos. Estrada, longos caminhos a percorrer, histórias só conta quem não tem medo de ficar parado, tende a ser puxado por limites, ou por não querer seguir os traços da mesma estória. Culpa dos caras de papo furado.

sexta-feira

música nova 1

Parece que tudo voltou
Mais foi só do lado de cá
E o que a gente conversou
Não serviu pra mudar

esteban

quinta-feira

cansado

e esgotado, não to mais afim de carregar ninguém.

segunda-feira

ossos

a cidade é grande de mais pra você?
e o campo não faz o barulho que você quer
desculpe querida, desculpe eu não vou seguir teus passos
o piano faz um som estranho, e o bar nao tem nada a ver
blues soa como dor, dor soa com rancor
os móveis estão quebrados,mal interpretado
qualquer um com com um microfone pode dizer que te ama mais do que eu.
salve the white. stripes fica pra depois.
a cidade não para, e eu preciso de mais um copo cheio disso
cheio de saudade viva. meus desdos estão quebrados pelas 3 horas da manhã

20 mil pés

fechado, como travar barreiras de uma represa pra água não passar. se jogar lá do alto, cair e se deixar afundar, sentir a pressão, ser esmagado por milhões de metros quadrados de água, por milhares de toneladas, queda livre. se jogar do alto 1,2,3.. fim. acelerar, veja o vento bater, a curva se tornou uma reta infinita, e eu queria nao precisar cair na metade. subida, e se deixar vencer pelo peso, se deixar vencer e ser ajudado, obrigado estranho, obrigado por parar. duas cordas, uma corda, de que me adianta. altas horas sal limão e um pouco de gelo, copo vazio pela milésima vez, outro igual mais um copo agora sem sal. helter, helter o que,há sim os beatles? a cabeça contra a parede, frio, verão gelado, noite gelada, mão quebrada,sem casaco grama molhada lugar fechado,instrumentos importados. 3,2,1 fim. o chão é o limite e o paraquedas resolveu emperrar;obrigado.