sexta-feira
Molho de chaves
Vai vir e bater na porta, entrar sem pedir licença, te jogar no sofá e dizer as coisas que tu nunca quisestes ouvir, olhar no teu olho como ninguém nunca olhou, te dar um tapa de verdades,e tu lá caido no chão com as pernas tremendo e as mãos cortadas, e se eu quiser tapar meus ouvidos e desligar as luzes? Vai sair e nem deixar rastros muito menos tempo para explicações. Quando você for me falar, e eu não entender, não vou querer ouvir, não vou querer dizer. E se eu quiser entregar o jogo pra você, o que vai conversar se eu decidir me render. O molho de chaves errado nas portas erradas, caminhos atravessados em fechaduras embaladas. Os olhos já rolaram antes das cabeças, e as vozes enjuadas já saíram pela rua com quem eu não quero lembrar. Agora eu sei. Só não bata a porta quando sair.
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