quinta-feira

Tchau radar.

Não aguento mais, não aguento que tu aperte esmague pise e ponha na máquina de moer carne o meu coração.
Não aguento ouvir tuas mentiras, ouvir tuas verdades soando mentiras, não aguento nem tuas verdades mais.
Não aguento querer caminhar mas não tirar os pés do chão onde pus raízes na frente da tua casa.
Não aguento dormir chorando e acordar afogado nos teus olhos, não aguento te ver cuspindo palavras a toa.
Não aguento como não podes fazer se eu que sou eu pude, não aguento não conseguir fingir mais agora.
Não aguento te ouvir dizer uma coisa ao amanhecer outra ao entardecer e voltar tudo de novo ao anoitecer.
Não aguento em estado sóbrio. Despejo e caio embriagado, não lúcido não aguento menos ainda.
Não aguento por teu nome em cada rótulo de garrafa que eu termino, não aguento pegar outros copos.
Eu não aguento entrar na tua dança de cigana, eu não aguento não conseguir levantar acampamento.
Eu não aguento ser sincero de mais, eu não aguento não conseguir ser solitário de novo.
Eu queria aguentar, mas eu não consigo.
Queria poder não aguentar ficar contigo, não aguentar te amar. Mas eu não aguento é ficar sem ti.
Não aguento ficar aqui sem ti, não aguento não ter pra onde ir, mas eu tenho e isso eu aguento.
Um dia quem não vai aguentar vai ser tu.

Nenhum comentário:

Postar um comentário